sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Rabindranath Tagore - Mãe Terra


Minha sombria e paciente Mãe Poeira, a riqueza infinita não é Sua!
Você trabalha para suprir a fome de Seus filhos, a comida, entretanto, é pouca.
Sua dádiva de alegria para nós nunca é perfeita.
Você não satisfaz inteiramente as esperanças famintas, mas eu deveria abandoná-la por isso? Sombreada pela dor, Seu sorriso é suave aos meus olhos.
Seu amor insaciável encanta meu coração.
Seu ventre não nos concedeu a imortalidade, mas a vida, pela qual seus olhos estão sempre despertos.
Há tempos, Você trabalha com canção e cor, mas Seu céu está longe de estar pronto; dele, só uma triste indicação.
A neblina de lágrimas cobre Suas belas criações.
Derramarei, Mãe Terra, minhas canções em Sua face delicada e amarei sua poeira pesarosa.

Extraído do livro "O Coração de Deus - Poemas Místicos de Rabindranath Tagore", Ediouro, 2003

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

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