quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Aos 102 anos, a lucidez de Niemeyer

Publicado por Tijolaço
Reproduzo, para que todos possam ler, o artigo de Oscar Niemeyer, na Folha de S. Paulo de hoje. A coerência de um grande brasileiro desafia os anos, as décadas, o século.

O artigo:
“Temos que ter cuidado é para eleger uma pessoa que tenha compromissos de manter o que foi conquistado e aprimorar o que precisa ser aprimorado. Ou seja, fazer o dobro do que nós fizemos.” (De entrevista concedida pelo presidente Lula a Fernando Morais, publicada pela revista “Nosso Caminho”, em novembro de 2008).

O importante para nós da esquerda não é, propriamente falando, este momento da disputa entre Dilma Rousseff e José Serra, embora de seu resultado dependa a continuação das políticas de Lula, que tanto vêm engrandecendo o país e assegurando uma vida mais digna ao povo brasileiro.

Assusta-nos imaginar o que aconteceria no caso de uma vitória de Serra. Seria a repetição do que ocorreu no Brasil anteriormente à Presidência de Lula: o governo afastado do povo, alheio ao que se passa na América Latina, indiferente à ameaça que o imperialismo dos EUA representava para os países do nosso continente.

Seria o avançar do processo de privatização de grandes empresas nacionais e de empreendimentos de valor estratégico para este país. Tudo isso é tão claro aos olhos da maioria dos cidadãos brasileiros que, confiantes, vêm apoiando, sem recuos, a candidatura Dilma.

Não sou especialista em ciência política para entrar em detalhes sobre o assunto; a imprensa disso se ocupa o tempo todo.

Na minha posição, de homem de esquerda, o que interessa não é analisar exaustivamente os programas de governo que cada um dos candidatos apresenta, mas defender a permanência das diretrizes fixadas pela gestão de Lula, tão autêntico e patriótico que surpreende o mundo inteiro.

Eis o que vocês da Folha me pedem que escreva e que eu, modestamente, procurei atender".

Oscar Niemeyer

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Encontro histórico de artistas e intelectuais em favor de Dilma Rousseff

Emocionande encontro realizado em 18 de Outubro de 2010 que vale a pena ser registrado em prol de uma candidatura progressista voltada para questões sociais e para um Brasil grande e promissor.



Discurso de Dilma Rousseff durante o encontro histórico.



Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

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O que é a democracia

Postado por Maria Frô
Um dos melhores vídeos para refletirmos o que é democracia, especialmente durante uma campanha de extrema-direita promovida pelos retrógrados que fazem de tudo para manchar a nossa democracia:



Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

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Os segredos internacionais por trás da “Revolução do Ódio” no Brasil



Publicado por Pravda.ru
Autor: Jussara Seixas
Mauro Carrara
Esse sistema é preferencialmente utilizado para disseminar peças de calúnia e difamação contra Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e qualquer figura pública que ouse tomar partido do projeto da esquerda no Brasil. Funcionando também nas redes sociais, essa é uma das principais frentes da “Revolução do Ódio” em curso no país.

Até o primeiro turno da eleição presidencial, havia mais de 650 militantes, quase todos bem remunerados, para difundir material venenoso contra o governo federal. Neste segundo turno, essa super tropa de terrorismo virtual, recrutada por Eduardo Graeff, conta com mais de 1.000 militantes.

Esse, no entanto, é apenas um braço do movimento de golpismo midiático financiado por entidades ultra-conservadoras, sobretudo norte-americanas, empenhadas em desestabilizar movimentos de esquerda pelo mundo e assumir o controle das fontes de riqueza nos países emergentes.

O enigma das “revoluções coloridas”

Há 15 anos, a Internet vem sendo utilizada como ferramenta de sabotagem por esses grupos. Dentre eles, destacam-se o poderoso National Endowment for Democracy (NED), a United States Agency for International Development (USAID) e inúmeras entidades parceiras, como a Fundação Soros.

O NED, por exemplo, financia várias organizações-satélite, como o World Movement for Democracy, o International Fórum for Democratic Studies e o Reagan-Fascell Fellowship Program, que atuam direta ou indiretamente em todos os continentes.

Grupos ligados ao NED, por exemplo, tiveram comprovada atuação nos episódios políticos que desestabilizaram a coalizão de centro-esquerda na Itália, em 2007 e 2008. Acabaram derrubando o primeiro-ministro Romano Prodi e, em seguida, reconduziram ao poder o magnata Silvio Berlusconi.

A ação envolveu treinamento de jornalistas, divulgação massiva de boatos na Internet, dirigidos sobretudo aos jovens, e distribuição seletiva de caríssimos “estímulos” a senadores de centro.

Mas, afinal, o que é o NED?

Criada em 1983, por iniciativa do presidente estadunidense Ronald Reagan, trata-se oficialmente de uma entidade privada, mas abastecida de forma majoritária por fundos públicos.

Ainda que seus dirigentes a qualifiquem como um centro de incentivo à democracia, trabalha sempre no apoio a movimentos de direita, com forte ênfase no liberalismo, no individualismo, no privatismo e no pressuposto de que os interesses do mercado devem prevalecer sobre os interesses sociais.

Segundo o conceituado escritor e ativista norte-americano Bill Berkowitz, do movimento Working for Change, o objetivo do NED tem sido “desestabilizar movimentos progressistas pelo mundo, principalmente aqueles de viés socialista ou socialista democrático”.

O NED e suas entidades parceiras figuram na origem das chamadas “Revoluções Coloridas” que se espalharam pelo mundo nesta década.

A primeira operação virtual-midiática de grandes proporções foi a chamada Revolução Bulldozer, em 2000, no que ainda restava da Iugoslávia.

O nome do movimento se deve ao ato violento de um certo “Joe” (na verdade, Ljubisav Dokic) que atacou uma emissora de rádio e TV com uma escavadeira. Logo, foi transformado num emblema da sedição.

Na época, especialistas em mobilização de entidades financiadas pelo NED concederam apoio técnico e treinamento intensivo aos membros do Otpor, grupo estudantil se tornaria fundamental na campanha de desestabilização do governo central.

Talvez o melhor exemplo desse trabalho de corrosão política tenha ocorrido em 2003, na Geórgia, na chamada Revolução das Rosas, que culminou com a derrubada do presidente Eduard Shevardnadze.

Novamente, havia uma organização juvenil envolvida na disseminação de boatos, denúncias e incitações, a Kmara (Basta!), além de várias ONGs multinacionais como o Liberty Institute.

A Revolução das Rosas não teria ocorrido sem o apoio das associações ligadas ao bilionário húngaro-americano George Soros. A Foundation for the Defense of Democracies, instituto neoconservador com sede em Washington D.C., revelou que Soros investiu cerca de US$ 42 milhões nas operações para derrubar Shevardnadze.

O roteiro se repetiu em vários outros movimentos, como a Revolução Laranja, na Ucrânia, em 2004, e a Revolução das Tulipas, no Quirguistão, no ano seguinte.

Levantes dessa natureza ainda têm sido estimulados por esses grupos e seus agentes, que visitam os países-alvo em épocas de crise ou durante processos eleitorais.

Observadores internacionais estimam, por exemplo, que NED e USAID investiram US$ 50 milhões anuais no suporte às entidades que desestabilizaram e derrubaram o governo de Manuel Zelaya, em Honduras.

Nem sempre, porém, as “revoluções“ patrocinadas por essas entidades são coroadas de pleno êxito. É o caso da chamada “Revolução Twitter”, ocorrida na Moldávia, em 2009, e das frequentes operações de terrorismo midiático e virtual desenvolvidas pela oposição venezuelana.

Em todos esses episódios, há um procedimento estratégico que vem sendo seguido pelos grupos de sabotagem. Podemos sintetizá-lo em dez mandamentos operativos:

1) Difunda o ódio. Ele é mais rápido que o amor.

2) Comece pela juventude. Ela esta multiconectada e pode ser mais facilmente mobilizada para destruir do que para construir.

3) Perceba que destruir é “divertido”, ao passo que “construir” pode ser cansativo e chato.

4) A veracidade do conteúdo é menos relevante do que o potencial impacto de uma mensagem construída a partir da aparência ou do senso comum.

5) Trabalhe em sintonia com a mídia tradicional, mas simule distanciamento dos partidos tradicionais.

6) Utilize âncoras “morais” para as campanhas. Criminalize diariamente o adversário. Faça-o com vigor e intensidade, de forma a reduzir as chances de defesa.

7) Gere vítimas do oponente. Questões como carga tributária, tráfico de drogas e violência urbana servem para mobilizar e indignar a classe média.

Eleja sempre um vilão-referência em cada atividade. Cole nele todos os vícios e defeitos morais possíveis.

9) Utilize referências sensoriais para a campanha. Escolha uma cor ou um objeto que sirva de convergência sígnica para a operação.

10) Trabalhe ativamente para incompatibilizar o político-alvo com os grupos religiosos locais.

Várias dessas agências internacionais de desestabilização enviaram emissários ao Brasil, especialmente a partir do ano passado.

A ação-teste no Brasil foi desencadeada por meio do movimento “Fora Sarney”, organizado pelo movimento denominado “Rir para Não Chorar”, ou simplesmente RPNC.

Os “indignados moralistas” de direita escolheram o político maranhense como alvo, mesmo depois de tolerá-lo durante 45 anos em instâncias decisórias do país.

O líder da vez era um certo Sérgio Morisson, que se dizia consultor de ONGs e “fashionista”. Na época, vivia na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), atuando no Comitê de Jovens Executivos.

Na verdade, Sarney serviu apenas como um pretexto de ensaio golpista. O objetivo do grupo era canalizar o ódio da jovem classe média contra o governo Lula.

Distribuíram 50 mil narizes de palhaço, seguindo disciplinadamente a cartilha de simbologia dos movimentos patrocinados pelo NED.

Na verdade, muitos dos “palhacentos” já tinham atuado em outro levante do tipo, o famigerado “Cansei”, que dois anos antes tentara se aproveitar do acidente com o avião da TAM para fomentar uma revolta popular contra o governo federal.

Na presente eleição presidencial brasileira, todo o receituário estratégico e simbólico das revoluções coloridas foi empregado no fortalecimento da candidatura da ex-petista Marina Silva.

A chamada “onda verde”, que impediu a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno, foi vigorosamente apoiada por expressivos setores da direita brasileira, inclusive com suporte mal disfarçado de parte da militância oficial do PSDB.

A direita estrangeira e o golpe em curso no Brasil

A principal entidade articuladora da “Revolução do Ódio” no Brasil é o Instituto Millenium (IM), que dispensa apresentações ao leitor da blogosfera. O IM tem uma fixação especial por Ayn Rand, uma escritora, roteirista e pseudo-filósofa russa que viveu a maior parte da vida nos Estados Unidos.

Rand defendia fanaticamente o uso de uma suposta razão objetiva, o individualismo, o egoísmo e o capitalismo. Segundo a base de sua “filosofia”, o homem deve viver por amor a si próprio, sem se sacrificar pelos demais e sem deles esperar qualquer solidariedade.

Para os seguidores de Rand, o espírito altruísta cooperativo é visto como fraqueza e como destruidor da energia humana empreendedora. Rezam pela cartilha de Rand, por exemplo, o articulista de Veja Reinaldo Azevedo e o economista Rodrigo Constantino, membro do Conselho de Fundadores e Curadores do IM, autor de livros barra-pesada como “Estrela Cadente: As Contradições e Trapalhadas do PT” e “Egoísmo Racional – o Individualismo de Ayn Rand”.

O conselho editorial do instituto é liderado por Eurípedes Alcântara, diretor da revista Veja, tão conhecido pela barriguda matéria do Boimate (o anúncio da fusão genética do boi com o tomate) quanto por sua devoção fanática pelos Estados Unidos e pelo neoliberalismo radical.

Participante ativo de programas de entidades financiadas pelo NED, Alcântara frequenta simpósios e atividades de treinamento destinadas a impor na América Latina o pensamento da direita corporativa norte-americana. A Internet ainda exibe uma conversa tão estranha quando reveladora entre o executivo da Editora Abril e Donald “Tamiflu” Rumsfeld, ex-secretário do Departamento de Defesa dos EUA. Segue aqui uma fala entusiasmada do entrevistador.

QUESTION (Alcântara): Yeah, that would be my pleasure. I have been watching close your role in the United States and I must say that I admire you. You are so firm since the beginning. When they said they were going there for the oil and then they said you were going there for your own interests, and then, well, we see democracy spreading throughout the Arab world. This is not a small thing, right?


As relações entre o Millenium e entidades estrangeiras seguem diversas rotas de financiamentos e apadrinhamentos, mas um pouco dessa complexa malha de articulações pode ser visualizada aqui:


Hoje, os apoiadores estrangeiros do Instituto Millenium e dos partidos da direita brasileira têm um olho ansioso na eleição e outro faminto na compensação exigida. O principal balconista desse negócio é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que recentemente, em Foz do Iguaçu (PR), tentou acalmar sua inquieta freguesia.

Caso José Serra vença o pleito em 31 de Outubro, o pagamento prometido está garantido: a entrega do Banco do Brasil, da Petrobrás e de Itaipu aos patrocinadores da “Revolução do Ódio”. Mais estarrecedor que esse acordo é o silêncio até agora das forças progressistas.

O que falta para se revelar esse segredo ao povo brasileiro?

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

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domingo, 24 de outubro de 2010

Van Gogh nos Sonhos de Kurosawa

Postado por Viva Babel!


Gênio do Oriente homenageia gênio do Ocidente.
Tanta beleza.
De arrepiar.
O mundo é belo.

por Elizabeth

Amor é Luz
Luz é Amor
Mara

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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Bhagavad Gita

Obs. A apresentação não é automática, portanto clique na seta indicativa para o andamento dos slides.

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Mercedes Sosa - Balderrama



Composição: Manuel José Castilla / Gustavo "Cuchi" Leguizamen

A orillitas del canal
Cuando llega la mañana
Sale cantando la noche
Desde lo de balderrama

Adentro puro temblor
El bombo con la baguala
Y se alborota quemando
Dele chispear la guitarra

Lucero, solito
Brote del alba
Donde iremos a parar
Si se apaga balderrama

Si uno se pone a cantar
Un cochero lo acompaña
Y en cada vaso de vino
Tiembla el lucero del alba

Zamba del amanecer
Arrullo de balderrama
Canta por la medianoche
Llora por la madrugada.

Há 43 anos, Ernesto Che Guevara era assassinado covardemente em uma aldeia pobre chamada La Higuera na Bolívia. Esta é uma pequena homenagem ao grande comandante da nossa extraordinária Latino América.

"O verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor." (Che)

Postado por Universae

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

30 anos de Cosmos: Uma Viagem Humana

Postado por : Ceticismo Aberto
“Nós somos uma forma do Cosmos conhecer a si mesmo” (Carl Sagan)

Quando a Humanidade deu seu grande salto na Lua em 1969, em torno de meio bilhão de pessoas assistiram empolgadas em pequenas TVs em preto e branco a dois astronautas pisarem em outro mundo. O evento marcou toda uma geração e continua sendo um dos maiores feitos de nossa espécie, mas apenas três anos depois, quando os astronautas da Apollo 17 deram o último adeus ao nosso satélite natural, o interesse popular pela exploração espacial já não era tão grande. Faltava algo mais básico para continuar a alimentar o grande interesse público além da novidade de pisar na Lua.

Foi neste contexto que um cientista espacial que continuava a explorar outros mundos com sondas robóticas renovaria a fascinação de centenas de milhões. Através da mesma telinha, agora a cores e com efeitos especiais e um roteiro quase poético, ele relembraria e para muitos apresentaria pela primeira vez o que realmente significava aquela pegada no solo lunar – e tanto mais além desta façanha.

Desde as verdadeiras dimensões do Universo em que vivemos até a magnífica aventura do conhecimento que levou um pequeno punhado de macacos pelados a se estender por todo um planeta e, com o poder fantástico do método científico, viajar ainda mais longe. À vastidão em que ainda não tocamos, com uma “nave da imaginação” modelada à imagem de uma semente de dente-de-leão ao vento, ele nos levaria cruzando a galáxia por anos-luz.

Quando finalmente retornarmos à Lua depois de um longo afastamento, ou quando visitarmos Marte e os infinitos mundos que nos aguardam pelo espaço, talvez nosso interesse e excitação como um todo dure um tanto mais porque nos lembraremos de sua grande e bela visão.

Falamos, é claro, da série televisiva “Cosmos: Uma Viagem Pessoal” do astrônomo Carl Edward Sagan, cujo primeiro episódio foi ao ar pela TV americana em 28 de setembro de 1980. Toda uma geração, incluindo este que escreve estas linhas, já nasceu e cresceu não sob a sombra, mas sob a luz e inspiração de uma obra ao mesmo tempo popular e imensamente inteligente, sóbria e profundamente atraente.


Três décadas depois, é surpreendente como muito da visão de Sagan do Cosmos seria largamente validada, transformando especulação otimista em fato científico. Um destes elementos mais empolgantes envolve o primeiro planeta fora do sistema solar, que só seria confirmado como descoberta científica quase uma década depois que Sagan despertasse milhões às tantalizantes possibilidades da multiplicidade de mundos.

Pois desde o primeiro exoplaneta em 1988, quase 500 exoplanetas já foram confirmados. Os nove, ou melhor, oito planetas de nosso sistema solar são hoje poucos em comparação com as centenas de outros corpos orbitando estrelas longínquas. E a viagem da imaginação aos fatos não parou aí.

Os dados iniciais de um novo satélite, o Kepler, como parte continuada da exploração do Cosmos, podem mais do que dobrar este número em poucos meses de observação, levando à sugestão de que planetas sejam não só quase onipresentes pela Galáxia, como que até 100 milhões de planetas como a Terra populem a Via Láctea. Por sua vez, apenas uma das centenas de bilhões de galáxias pelo Universo.

Na mesma semana de aniversário de Cosmos, o mais forte candidato a exoplaneta potencialmente habitável, chamado Gliese 581 g, foi anunciado com grande animação. A beleza disto é que sendo esta a ciência, a descoberta pode ou não ser confirmada, mas sendo esta a ciência e particularmente uma área que assistiu a enormes avanços nas últimas décadas, é uma questão de tempo até que dezenas, centenas, milhares e quem sabe mesmo milhões de planetas como a Terra sejam comprovados em nossa galáxia.

São números que mesmo o homem dos grandes números, com quem o apresentador Johnny Carson brincava sobre os “bilhões e bilhões”, tomaria como uma estimativa muito otimista. O amanhã em que vivemos hoje trata de confirmá-la como fato.


Em meio à viagem pelas estrelas, e entre os milhões de planetas como a Terra que podem existir, Sagan também se preocupou muito em abordar as questões muito humanas que enfrentávamos em nosso único e pálido ponto azul. No início da década de 1980, a Guerra Fria começava a se reaquecer enquanto EUA e União Soviética acumulavam dezenas de milhares de ogivas nucleares, um número grande que o cientista espacial se dedicou obstinadamente a diminuir. Poucos anos depois de Cosmos, Carl Sagan seria um dos descobridores do Inverno Nuclear, destacando ainda mais o perigo de extinção que enfrentávamos como espécie.

Igualmente superando suas mais otimistas expectativas, alguma lucidez tomou conta de líderes de ambos os lados, que passaram a diminuir seu arsenal, até que em 1989 a União Soviética implodiu sem o disparo de nenhuma bomba nuclear. Se superamos a maior urgência deste desafio, por outro lado, perigos sobre os quais Sagan também alertou e que há trinta anos pareciam menores hoje se tornam prioridade, como as mudanças climáticas e todo o impacto que o nosso próprio sucesso descomunal em habitar todos os continentes e contar com um número cada vez maior de confortos exerce sobre o pálido ponto que pode em breve tomar uma cor diferente e menos hospitaleira que o azul.

Vivemos em um fabuloso amanhã, com novos conhecimentos e novos desafios de uma geração somando-se à enorme jornada de milhares de ancestrais explorada em Cosmos. Lamentavelmente, vivemos também sem a companhia de Sagan, que nos deixou cedo apenas 16 anos depois de comover um mundo com a beleza e mesmo a espiritualidade que pode ser encontrada na busca pelo conhecimento através da ciência.

Se Sagan teve uma visão por vezes profética de descobertas futuras, também podemos profetizar com grande segurança que é mera questão de tempo até que um membro da geração sob a luz de Cosmos ganhe um prêmio Nobel. E ele – ou ela – será apenas o primeiro de muitos, enquanto Carl Sagan deve ter o mérito de ter inspirado diretamente mais do que qualquer outra pessoa um número gigantesco de jovens a seguir uma carreira científica e ajudar o Cosmos a conhecer a si mesmo.


O legado de Sagan vive como uma porção particularmente brilhante de conhecimento, e como tal só deve se multiplicar enquanto novas mentes continuarem sendo inspiradas a buscar saber mais sobre “tudo que existe, tudo que existiu e tudo que existirá”.

É parte da frase com que Carl Sagan iniciou seu primeiro episódio às “margens do oceano cósmico” há três décadas.

E é como definiu o próprio Cosmos.

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Gongyo e Daimoku



O vídeo acima ensina a como fazer o GONGYO E DAIMOKU da forma correta.

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