quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Receita de Ano Novo - Carlos Drummond de Andrade


ओम शान्ति ओम


Om Shanti Om

2011


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)

Para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ver,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)

Novo, espontâneo, que de tão perfeito se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,

Você não precisa beber champanha ou qualquer outra
birita,

Não precisa expedir nem receber mensagens
(planta ou recebe mensagens? passa telegramas?).

Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas

Nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo que mereça este nome,

Você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo,

Eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

Share/Bookmark

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O Natal de Enya em Oíche Chiúin – Noite Feliz em língua Celta

Postado por Blog da Nívia


Enya – Oíche Chiúin (Silent Night in gaelic version)

Oíche chiúin, oíche Mhic Dé [Silent night, night of God's son]
Cách ‘na suan dís araon, [Soundly in slumber, the pair together]
Dís is dílse ‘faire le spéis [The pair and love, watching with affection]
Naoín beag gnaoigheal [The small bright beautiful child]
ceananntais caomh [darling little one]

Críost, ‘na chodhladh go séimh [Christ, calmly asleep]
Críost, ‘na chodhladh go séimh [Christ, calmly asleep]

Oíche chiúin, oíche Mhic Dé [Silent night, night of God's son]
Aoirí ar dtús chuala ‘n scéal [Shepherds first heard the tale]
Allelúia aingeal ag glaoch [The angels crying out Alleluia]
Cantain suairc i ngar is i gcéin [Lovely chanting near and far]

Críost an Slánaitheoir Féin [Christ, the saviour himself]
Críost an Slánaitheoir Féin [Christ, the saviour himself]

Oíche chiúin, oíche Mhic Dé, [Silent night, night of God's son]
Cách ‘na suan dís araon, [Soundly in slumber, the pair together]
Dís is dílse ‘faire le spéis [The pair and love, watching with affection]
Naoín beag gnaoigheal [The small bright beautiful child]
ceananntais caomh [darling little one]

Críost, ‘na chodhladh go séimh [Christ, calmly asleep]
Críost, ‘na chodhladh go séimh [Christ, calmly asleep]

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

Share/Bookmark

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Mahatma Gandhi - Olho por Olho, e o Mundo acabará Cego


Música: Happy Christmas (War is Over), por John Lennon
Composta por: John Lennon e Yoko Ono

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

Share/Bookmark

domingo, 19 de dezembro de 2010

A Vida é um Sopro - Oscar Niemeyer



Fonte: juniorbrolini

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

Share/Bookmark

sábado, 18 de dezembro de 2010

Angkor (Camboja) - Um pequeno poema visual

The Ghosts of Siem Reap from Two Story Productions Inc. on Vimeo.


Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

Share/Bookmark

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Rabindranath Tagore - Mãe Terra


Minha sombria e paciente Mãe Poeira, a riqueza infinita não é Sua!
Você trabalha para suprir a fome de Seus filhos, a comida, entretanto, é pouca.
Sua dádiva de alegria para nós nunca é perfeita.
Você não satisfaz inteiramente as esperanças famintas, mas eu deveria abandoná-la por isso? Sombreada pela dor, Seu sorriso é suave aos meus olhos.
Seu amor insaciável encanta meu coração.
Seu ventre não nos concedeu a imortalidade, mas a vida, pela qual seus olhos estão sempre despertos.
Há tempos, Você trabalha com canção e cor, mas Seu céu está longe de estar pronto; dele, só uma triste indicação.
A neblina de lágrimas cobre Suas belas criações.
Derramarei, Mãe Terra, minhas canções em Sua face delicada e amarei sua poeira pesarosa.

Extraído do livro "O Coração de Deus - Poemas Místicos de Rabindranath Tagore", Ediouro, 2003

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

Share/Bookmark

Biscoito de terra alimenta famintos no Haiti

Mulheres preparam biscoito de barro no Haiti; terremoto encareceu o preço do produto consumido por miseráveis
Dieta dos miseráveis ainda inclui cães, pássaros e ratos, estes vendidos a R$ 1,71

Por Osmar Freitas Jr., do R7 em Nova York

A realidade no Haiti é uma tijolada. Ao pé da letra: a população do país faminto, há séculos, come terra. Culpa-se a inflação nos preços de alimentos e, por tabela, até a superprodução de biocombustíveis. Cana e soja estão ocupando no mundo os espaços que antes pertenciam ao arroz e ao feijão, diz Jean Ziegler, o relator das Nações Unidas para o Direito à Alimentação.

Mas não há novidades na gastronomia de horrores caribenha. O cardápio é escrito pela miséria absoluta do Haiti, que já era a nação mais pobre das Américas muito antes do devastador terremoto de 12 de janeiro e da epidemia de cólera que se abate agora sobre o país.

No Haiti, a argila amarela da cidade central de Hinche faz parte do menu diário. A situação da desnutrição atingiu níveis alarmantes nos últimos meses, quando os preços dos gêneros alimentícios aumentaram 80%. Só recentemente, porém, o público internacional notou as bolachas de terra vendidas nos mercados do país.

Há anos, quem anda pelo terreiro aos pés do Fort Dimanche - a antiga prisão juvenil e atual favela - encontra o mercado e a fábrica das bolachas de terra. Mulheres agachadas na rua estendem discos de argamassa em grandes placas de zinco.

A receita desse biscoito grosso para as massas é simples: argila, água e sal. Forma-se uma pasta amarela, moldada em pequenos círculos. O cozimento fica por conta do sol infernal: em pouco mais de uma hora, o produto final está pronto para a venda.

No ano de 1994, durante a invasão militar americana que restaurou ao poder o presidente exilado Jean-Bertrand Aristide, a bolacha custava pouco mais de R$ 0,03. Naquela época, só os cães e ratos estavam gordos: devoravam os cadáveres das pessoas mortas pelas gangues defensoras da junta militar que comandou o país.

Em dezembro passado, o quitute de barro subiu para R$ 0,06, aproximadamente. Hoje a unidade está R$ 0,08, graças em parte ao terremoto de janeiro, segundo disse ao R7 a assistente social da ONU (Organização das Nações Unidas) Marie Mendel.

- Aumentou o preço da terra. Um latão está custando US$ 1,50 [R$ 2,57].

Biscoito é mais barato do que o arroz

Comparado com os preços de outros alimentos - dois copos de arroz a R$ 1,37, por exemplo -, o biscoito de terra é barato. Segundo Marrie, “carne, nem pensar”.

- As poucas chances de se comer carne vinham das capturas de cães e pássaros. Mas até eles estão sumidos. Os ratos proliferam, mas são mais difíceis de agarrar. E um rato adulto chega a US$ 1 [R$ 1,71].

Durante a invasão americana de 1994, alguns repórteres que cobriam as ações participaram de uma sessão de degustação do biscoito de barro. Concordaram com um jornalista americano que, com humor negro, deu o veredicto.

- Tem um gosto de terra, com pitadas de gordura.

Menino haitiano mostra a língua após consumir biscoito de terra (Foto: Adriana Cubillos/AP)
Notava-se também a secura imediata de toda a umidade da boca, deixando quem comesse esse quitute desesperadamente sedento. Os goles d’água que ajudam a empurrar a comida reconstituem a consistência original da argamassa. O resultado é um bocado de lama no estômago.

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

Share/Bookmark