quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Fidel pede a Obama que evite a guerra nuclear


Fidel disse que Obama tem a única oportunidade real de paz no mundo

No último dia 3 de agosto, Fidel Castro escreveu uma carta aberta a Barack Obama, na qual reagiu ao anúncio feito pelo almirante Michael Mullen, chefe do Estado Maior das Forças Armadas dos EUA, feito três dias antes, de que aquele país tinha pronto um plano de ataque militar ao Irã.

Na carta, Fidel expõe uma situação de conflito global com ameaças sérias à sobrevivência do planeta e conclamou o presidente dos Estados Unidos a conter o iminente desastre, já que “está em suas mãos oferecer à humanidade a única possibilidade real de paz.”

Fidel trata das questões ambientais e se aprofunda no desastre da Bristish Petroleum no Golfo do México para questionar uma sociedade movida pelo consumo que destrói o planeta, e afirma que “evitar a antecipação do apocalipse exige questionar os mitos da modernidade – como mercado, desenvolvimento, estado uninacional -, todos eles baseados na razão instrumental.”

Com diversas fontes de informação, quase todas públicas, Fidel traça um mosaico vertiginoso, que desemboca na questão iraniana e nos riscos que ela traz de uma nova conflagração global de proporções apocalípticas. O líder cubano faz uma escalada de notícias, que no que se refere aos conflitos bélicos começa no dia 29 de julho, quando a Agência France Press (AFP) informa o “jamais imaginado”: Osama Bin Laden era um homem do serviço de inteligência dos EUA. “…Osama Bin Laden aparece nos informes secretos publicados pela Wikileaks como um agente ativo, presente e prestigiado por seus homens na zona afegã-paquistanesa”.

Escreve Fidel: “Era sabido que, na luta dos afegãos contra a ocupação soviética do Afeganistão, Osama cooperou com os EUA, mas o mundo supunha que em sua luta contra a invasão estrangeira, aceitou o apoio dos EUA e da OTAN como uma necessidade e que, uma vez libertado o país, rechaçava a ingerência estrangeira, criando a organização AL Qaeda para combater os EUA.

Muitos países, Cuba entre eles, condenam seus métodos terroristas que não excluem a morte de incontáveis vítimas inocentes.

Qual seria agora a surpresa da opinião mundial ao saber que a Al Qaeda era uma criação do governo americano?

Foi a justificativa para a guerra contra os talibãs no Afeganistão e um dos motivos, entre outros, para a posterior invasão e ocupação do Iraque pelas forças militares dos EUA. Dois países onde milhares de jovens americanos foram mortos e um grande número deles foi mutilado. Entre ambos, mais de 50 mil soldados americanos estão comprometidos por tempo indefinido, e junto a eles, integrantes das unidades da organização bélica da OTAN e outros aliados, como Austrália e Coréia do Sul.”

No dia 29 de julho, prossegue Fidel, “foi publicada a foto de um jovem americano de 22 anos, Bradley Manning, analista de inteligência, que entregou ao site Wikileaks 240 mil documentos secretos. Não foi falado de sua culpa ou inocência. Não poderão lhe tocar um fio entretanto.
Os integrantes da Wikileaks juraram mostrar a verdade ao mundo.”

Em 30 de julho, a AFP publica: “A República Popular da China ‘desaprova as sanções unilaterais’ adotadas pela União Europeia conta o Irã, declarou hoje o porta-voz da chancelaria chinesa, Jiang Yu”. Do mesmo modo, a Rússia protestou energicamente contra as sanções.

Ainda em 30 de julho, outra notícia da AFP informa que o ministro de defesa de Israel declarou: “As sanções que a ONU impôs ao Irã […] não os farão suspender suas atividades de enriquecimento de urânio em busca da bomba atômica.”

Em 1º de agosto, um telegrama da AFP informa que “um alto chefe militar dos Guardiões da Revolução advertiu, hoje, aos EUA, contra um possível ataque ao Irã”.

“Israel não descartou uma ação militar contra o Irã para deter seu programa nuclear”.

“A comunidade internacional, encabeçada por Washington, intensificou recentemente sua pressão sobre o Irã, acusado de tentar obter a arma nuclear com o encobertamento do programa nuclear civil”.

“As afirmações de Javani precederam uma declaração do chefe de estado maior americano, Michael Mullen, que assegurou este domingo que um plano de ataque dos EUA contra o Irã está previsto para impedir que Teerã obtenha a arma nuclear”.

Em 2 de agosto, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad desafiou Obama para um conversa frente a frente, perante os meios de comunicação, para tratar das questões mundiais. “Mas o presidente Ahmadinejad advertiu que o diálogo deverá ser baseado no respeito mútuo”.

“Se acreditam que podem balançar um bastão e nos dizer que devemos aceitar tudo o que dizem, isso não acontecerá. As potências ocidentais ‘não entendem que as coisas mudaram no mundo, acrescentou”.

Fidel afirma que os iranianos declararam que dispararão 100 foguetes contra cada um dos barcos americanos e de Israel que bloquearem o Irã. “De modo que, quando Obama der a ordem de cumprir a Resolução do Conselho de Segurança, estará decretando o naufrágio de todos os navios de guerra americanos naquela zona. Uma decisão tão dramática nunca recaiu sobre nenhum presidente dos EUA. Devo prevê-lo”, escreveu.

Nesse momento, Fidel se dirige diretamente a Obama com o pedido para que evite o conflito:

“O senhor deve saber que está em suas mão oferecer à humanidade a única possibilidade real de paz. Somente em uma ocasião o senhor poderá lançar mão de suas prerrogativas ao dar a ordem de disparar.

É possível que depois, a partir desta traumática experiência, se encontrem soluções que não nos conduzam outra vez a esta apocalíptica situação. Todos em seu país, inclusive seus piores adversários de esquerda ou de direita, com segurança lhe agradecerão, e também o povo dos EUA, que não é em absoluto culpado pela situação criada.

Solicito-lhe que se digne a escutar este apelo que em nome do povo de Cuba transmito-lhe.

Compreendo que não se pode esperar, nem você daria nunca, uma resposta rápida. Pense bem, consulte seus especialistas, peça opinião sobre o assunto a seus mais poderosos aliados e adversários internacionais.

Não me interessam honrarias nem glórias. Faça-o!

O mundo poderá libertar-se realmente das armas nucleares e também das convencionais.

A pior de todas as variantes será a guerra nuclear, que é já virtualmente inevitável.

Evite-a!”

Luz é Amor
Amor é Luz
Mara

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